Um recente estudo feito pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, contou com a participação de mais de 62 mil pacientes curados do novo coronavírus. A pesquisa apontou que um em cada 16 voluntários apresentaram algum tipo de transtorno mental após três meses recuperados da infecção. Os problemas mais citados foram, respectivamente, ansiedade, depressão e insônia.
Já um levantamento realizado por cientistas italianos apontou que, de 402 pacientes monitorados, 55% apresentaram ao menos um distúrbio psicológico um mês após receberem alta do tratamento hospitalar. A ansiedade seguiu sendo o transtorno mais comentado, com 42% dos casos, seguido por insônia (40%), depressão (31%), transtorno de estresse pós-traumático (28%) e TOC (20%).
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No Brasil, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) também identificou complicações psicológicas em pacientes recuperados a COVID-19. A instituição, que fica no interior de São Paulo, informou que sequelas como ansiedade e fadiga foram observadas em grande parte dos indivíduos curados.
Causas da ansiedade após a infecção
Os cientistas acreditam que vários fatores podem ser responsáveis por desencadear esse aumento nos casos de ansiedade. Os pacientes infectados precisaram passar por diferentes mudanças na rotina, como o isolamento social, o medo da contaminação por uma doença ainda pouco desvendada, preocupações sobre o risco de infectar outros indivíduos e, em alguns casos, o estresse durante a internação hospitalar.
Além disso, pessoas saudáveis também foram impactadas pelo crescimento dos episódios de ansiedade. Em uma pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos, o Brasil foi indicado como a nação com o maior número de habitantes que sofrem de ansiedade por causa da pandemia, em comparação com outros 16 países. O uso de máscaras e a higienização correta das mãos e objetos foram as principais causas do transtorno nesse período, segundo o levantamento.
- Constante tensão ou nervosismo
- Sensação de que algo ruim vai acontecer
- Problemas de concentração
- Medo constante
- Dor ou aperto no peito e aumento das batidas do coração
- Respiração ofegante ou falta de ar
- Aumento do suor
- Tremores nas mãos ou em outras partes do corpo
Normalmente, esse transtorno pode ser controlado e tratado de diferentes formas. A psicoterapia, que possui inúmeras vertentes, é uma das alternativas mais indicadas. O uso de remédios só é recomendado com indicação médica, geralmente feita por um psiquiatra.
1. Desvie a atenção dos sintomas
Um dos principais motivos para que a crise de ansiedade se torne mais intensa é começar a se preocupar ainda mais ao pensar nos sintomas que estão surgindo. A dor no peito começa a parecer como um infarto e isso vai gerando ainda mais medo, acelerando o coração e aumentando o impacto. É fundamental desviar a atenção dos sintomas e focar em uma atividade específica, como o controle da respiração.
2. Diminua o ritmo da respiração
Assistir nosso peito subindo e descendo rapidamente pode se tornar desesperador. Durante uma crise, começamos a respirar rápido demais, causando hiperventilação.
Nesses casos, é primordial inspirar e expirar lenta e profundamente, a fim de diminuir o estresse e fornecer mais oxigênio ao cérebro, aumentando a concentração. Isso diminui a sensação de asfixia e incapacidade de respirar.
Quando notar que uma crise se aproxima, segure a respiração, coloque uma mão sobre a barriga e a outra sobre o peito e comece a respirar devagar, utilizando o diafragma. Inspire pelo nariz, segure a respiração por três segundos e expire pela boca lentamente.
Você deve sentir o abdômen subindo e descendo. Mantenha esse ritmo de respiração até sentir relaxamento muscular e clareza de pensamento.
3. Relaxe os músculos
A tendência imediata de uma pessoa passando por um ataque de ansiedade é de contrair os músculos como forma de defesa, entretanto essa contração acaba trazendo mais dores e desconforto, intensificando a sensação de peso.
Depois que a respiração estiver controlada, procure iniciar o processo de relaxamento muscular. Volte a sua atenção para os músculos, relaxando um por vez a partir da expiração. Comece com a cabeça e o pescoço e passe para as áreas mais afetadas pelo estresse, como o maxilar, boca, nuca e ombros.
4. Se distraia
Outra atividade comum durante uma crise é passar um turbilhão de pensamentos pela cabeça, causando uma sobrecarga emocional. A descarga de adrenalina desperta nosso sistema nervoso e deixa a mente alerta.
A saída para isso é diminuir o ritmo dos pensamentos criando distrações externas a ele. Se estiver com alguém conhecido, tente começar uma conversa e prestar atenção somente nela.
Se estiver sozinho, tente contar de 1 a 10 repetidas vezes, cantar uma música, recitar uma história, fazer listas ou qualquer outra atividade mental que te tire do problema.
5. Use a imaginação guiada
Pense em um lugar que você se sinta em paz e relaxado. Enquanto pensa nesse lugar, continue adicionando detalhes à cena. Foque toda a sua mente no campo da imaginação. Esse tipo de atividade é muito eficiente para desligar sua mente dos sintomas da ansiedade e acalmar a respiração.
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